Plano Decenal de Energia divulgado nesta
quarta-feira, 10, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indica que a
produção de petróleo do Brasil atingirá cerca de 5 milhões de barris
por dia até 2023; dois terços deste total deverão ser extraídos do
pré-sal; segundo o novo plano decenal, a demanda de petróleo do Brasil
em 2023 alcançará 3,5 milhões de bpd, com excedente de 1,5 milhão de bpd
para exportação; produção de etanol terá um crescimento menor do que a
de petróleo, mas ainda assim aumentará 71,4%
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de petróleo do
Brasil atingirá cerca de 5 milhões de barris por dia (bpd) até 2023,
sendo que dois terços deverão ser extraídos do pré-sal, segundo o Plano
Decenal de Energia divulgado nesta quarta-feira, 10, pela Empresa de
Pesquisa Energética (EPE).
Apesar de representar mais que o dobro da produção atual de petróleo
do Brasil, de cerca de 2,2 milhões de bpd, a previsão da EPE é cerca de
500 mil barris/dia inferior ao total previsto no plano decenal anterior,
para 2022, divulgado em dezembro do ano passado.
A EPE não divulgou dados comparativos e tampouco apresentou nesta quarta-feira motivos para a revisão na projeção.
Segundo o novo plano decenal, a demanda de petróleo do Brasil em 2023
alcançará 3,5 milhões de bpd, com excedente de 1,5 milhão de bpd para
exportação.
A produção de etanol terá um crescimento menor do que a de petróleo, mas ainda assim aumentará 71,4 por cento.
"A crescente demanda de combustível pelos veículos ... levará ainda a
um expressivo crescimento da oferta de etanol hidratado carburante à
taxa média de 7,6 por cento ao ano", disse a EPE em nota..
Assim, acrescentou a EPE, a produção doméstica de etanol deverá
crescer dos atuais 28 bilhões de litros para 48 bilhões de litros em
2023.
A previsão anterior, para 2022, era de uma oferta nacional de etanol de 53,8 bilhões de litros.
INVESTIMENTOS TRILIONÁRIOS
O volume de investimentos associados à expansão projetada no PDE 2023
chega a 1,26 trilhão de reais ao longo dos próximos 10 anos.
Os investimentos previstos para a exploração e produção de petróleo e
gás natural devem representar aproximadamente 62 por cento do total
esperado, cabendo ao setor elétrico aproximadamente 24 por cento,
enquanto a soma dos investimentos totais nas áreas de derivados de
petróleo e de biocombustíveis deverá representar 14 por cento do volume
total esperado para o período.
No plano para 2022, a EPE previa investimentos globais da ordem de
1,2 trilhão de reais, dos quais 22,6 por cento direcionados à energia
elétrica; 72,5 por cento para petróleo e gás natural; e 4,9 por cento
para biocombustíveis.
(Por Roberto Samora)