26 fevereiro 2014

Lula é Dilma e Dilma é Lula



Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre
Você, leitor, quer saber por que a imprensa burguesa e de propósitos historicamente golpistas usa novamente como estratégia a mentira, pura e simples, de que Lula e Dilma estão afastados e divergem sobre os rumos da política, da economia e do governo trabalhista?
Então, vamos lá: a imprensa de negócios privados, como bem diz o nome, é familiar. São famílias bilionárias que dominam um mercado riquíssimo em forma de monopólio. São pessoas que defendem o status quo das classes privilegiadas e, consequentemente, agem e atuam como porta-vozes do grande empresariado nacional e internacional, que odeia o Brasil, mas não abre mão de ganhar muito dinheiro em um País que conseguiu driblar a crise internacional, realidade esta que perdura desde 2008.
Para defender os interesses do establishment, a imprensa de mercado viceja no Brasil, não se faz de rogada e age politicamente, como se fosse um partido de direita, conservador, e disposto a tomar o lugar do PSDB e de seus aliados. Esse segmento político e econômico percebeu há muito tempo que tais agremiações estão derrotadas, porque não têm programa de governo e projeto de País a propor ao povo brasileiro e muito menos determinação para que o Brasil seja, enfim, independente e trace seu destino conforme a vontade da Nação.
Os magnatas bilionários de imprensa, os mesmos que há décadas não têm o mínimo compromisso com o Brasil e seu povo, armam todo tipo de armadilhas, bem como tratam seus leitores, telespectadores e ouvintes como idiotas, como se todo mundo fosse coxinha, inclusive os de classe média. Comportam-se arrogantemente, como se a sociedade precisasse ser tutelada por empregados de mídias, que se consideram os arautos da verdade, e, por sua vez, mostram-se, irremediavelmente, como pessoas necessárias para que a população tenha conhecimento do que acontece à sua volta e também longe de seus olhos e ouvidos.
Pura balela e manipulação! As pessoas sabem dos sapatos que apertam seus calos, além de perceberem quem fez mais para que suas vidas melhorassem. E é exatamente o que incomoda as “elites”, em geral, e a imprensa alienígena, em particular. Quem fez mais, evidentemente, foram os governos trabalhistas de Lula e Dilma, como comprovam, indubitavelmente, os números e os índices sociais e econômicos divulgados ao longo dos anos, por intermédio de instituições tradicionais e respeitadas, como o IBGE, o Banco Central, o Ministério da Fazenda, a FGV, entre outros.
A imprensa é um partido conservador, ideologicamente à direita. Ponto! Já fez todos os tipos de acusações e inúmeras denúncias, muitas delas vazias. Contudo esses fatos não importam para os magnatas bilionários donos de uma imprensa que tem lado e por isso ouve apenas um lado. Afinal, a imprensa burguesa é empresarial, visa o lucro, que vá às favas os interesses do Brasil e de seu povo. Por isso, a chamo também de alienígena, porque o negócio é causar confusão e, por seu turno, fazer com que parte da população acredite em suas sandices e mentiras, pois ter apoio é essencial para que essas empresas sobrevivam.
Por isto e por causa disto, os barões magnatas e seus áulicos capatazes agem em todos os lados e ângulos, pois o objetivo é criar crises artificiais para tentar convencer a sociedade que o Brasil está acabado, falido e vitimado por um caos que não deixa pedra sobre pedra. Na ótica dos escribas paus mandados de seus patrões, haver mudanças, ou seja, eleger políticos conservadores, aqueles mesmos que levaram o Brasil três vezes ao FMI, é a salvação da lavoura.
Votar em políticos neoliberais e subservientes que foram ao FMI de joelhos e com o pires nas mãos, além de continuar a privatização de um imenso patrimônio público que nenhum tucano ajudou a construir, é o “caminho natural” para que o Brasil se desenvolva. Seria cômico se não fosse trágico. Mas é apenas isto que a imprensa familiar quer: mandar no Brasil e pautar seus governantes eleitos. Quem não lê sua cartilha de letras tortas está fadado à desconstrução e à desqualificação de seu nome e de sua honra, porque o sistema midiático comercial e privado é o maior cúmplice dos interesses das potências estrangeiras e dos conglomerados econômicos apátridas e responsáveis pela miséria e a violência em âmbito planetário.
Entretanto, próceres da direita midiática, a exemplo de Dora Kramer, Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat, insistem no que já não deu certo no ano passado e em anos anteriores. A repercussão nos meios de comunicação privados de uma suposta contrariedade entre os dois políticos trabalhistas tem fundo falso e visa apenas manipular o noticiário para auferir dividendos políticos aos conservadores. É evidente que as ilações e notas maldosas e maliciosas têm por finalidade dividir o PT e o Governo trabalhista, bem como dar a impressão ao público que as autoridades que administram o Executivo e representam o Governo no Congresso estão divididas.
Nicolau Maquiavel já ensinava esse processo draconiano há séculos. Não há novidade no front da imprensa burguesa de caráter golpista. E sabe por quê? Respondo: porque Lula é Dilma e Dilma é Lula. Os dois não se conduzem à moda Eduardo Campos, Marina Silva, Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Os patrões magnatas bilionários sabem disso. E daí? Por que não insistir nas ilações, nas fofocas mequetrefes e rastaqueras de que Lula e Dilma estão a divergir?
Além do mais, os institutos de pesquisas divulgaram que a presidenta petista venceria as eleições ainda no primeiro turno, se elas acontecessem hoje — agora! Os magnatas e seus prepostos pensam assim: “Ah, sei que fizemos tais mentiras e maledicências, mas por que não insistir na falácia, já que não temos compromisso com o jornalismo, com a realidade dos fatos e muito menos prezamos a verdade?” E completam: “Tudo vale à pena quando a alma não é pequena?”

Só que a alma da grande imprensa privada é pequena e sórdida. E o verso de Fernando Pessoa não lhe cabe. Lula é Dilma e Dilma é Lula. É isso aí.