22 novembro 2013

Por Genoino, Carvalho recorre a STF e diz que não se pode 'brincar com a vida'

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, petista afirmou ter recorrido a ministros da Corte para conseguir autorização para tratamento de deputado, em observação após passar mal na prisão
Clarissa Thomé - O Estado de S. Paulo
Rio - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (PT), disse nesta sexta-feira, 22, que a família e os companheiros d
o Partido dos Trabalhadores (PT) estavam chegando "às raias do desespero" na quinta-feira, 21, antes da internação do deputado federal licenciado José Genoino, um dos presos condenados por envolvimento no mensalão. Ao comentar a situação do ex-presidente do PT, Carvalho disse que não se pode "brincar com a vida".
Genoino passou por uma cirurgia no coração em julho e na tarde dessa quinta-feira, 21, passou mal no Complexo Penitenciário da Papuda, onde está preso desde a semana passada. Ele foi encaminhado ao Hospital das Forças Armadas e está sob observação. Horas depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, liberou o deputado para tratamento fora da prisão.
Carvalho afirmou que pediu a interferência de ministros do Supremo para que Joaquim Barbosa concedesse autorização para o tratamento de Genoino. "Estávamos absolutamente tensos porque quem tem acompanhado a saúde do Genoino sabia que ele estava em uma situação muito difícil. Junto com a família estávamos chegando às raias do desespero, a ponto de falarmos com vários outros membros do Supremo pedindo que nos ajudassem nessa questão. Não é possível que um país democrático como o Brasil pudesse perder uma pessoa dessa maneira. A vida dele estava em risco", disse.
O ministro petista comemorou o fato de Genoino estar em tratamento, mas evitou defender claramente em favor da prisão domiciliar para o companheiro de partido. "Não vou me expressar sobre o que é conveniente. Tudo indica que ele tem essa possibilidade da prisão domiciliar para ser tratado. A nossa esperança é que prevaleça o bom senso, mas não entro nesse mérito porque esse mérito é do STF e tem que ser respeitado."
O ministro insistiu que não se pode "brincar com a vida". "Ainda mais de uma pessoa que deu sua vida pelo país. Ele nunca se apropriou de nada para ele e chega à idade em que está sem ter nenhuma posse, nenhuma acumulação. Ao contrário, é referência de ética para nós."