28 novembro 2013

Íntegra de laudo mostra risco que corre Genoino

Edição247-Fabio Rodrigues Pozzebom-Agência Brasil / Renato Ribeiro Silva-Folhapress:
Documento apresentado ontem por quatro cardiologistas da Câmara, que concluíram que o estado de saúde do deputado, sob prisão domiciliar temporária, não é grave, mostra que a doença cardíaca de José Genoino pode se desenvolver com base em alguns fatores, como idade e controle inadequado da pressão; caso ele não siga à risca o tratamento, o quadro de recuperação também pode ser revertido

247 – O laudo sobre o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP) apresentado nesta quarta-feira 27 pela junta médica da Câmara não foi detalhado na íntegra durante a coletiva de imprensa dos quatro cardiologistas que assinaram a perícia. O 247 divulga hoje o documento completo (abaixo), comprovando que há nele uma parte importante e não citada pelos profissionais.
O laudo deixa explícito que o parlamentar - que temporariamente cumpre pena sob regime domiciliar, mas que, com base na perícia, pode receber determinação do presidente do STF, Joaquim Barbosa, para voltar para o presídio da Papuda - corre o "risco de desenvolver futuros eventos cardiovasculares e progressão da doença".
A citada "progressão da doença" pode ocorrer, de acordo com os profissionais, a partir de uma série de fatores. Entre eles, a idade do paciente (Genoino tem 67 anos); um fenômeno descrito como "falsa luz arterial parcialmente trombosada"; "o controle inadequado da pressão arterial", entre outros.
Outro trecho do documento diz: "...uma entidade clínica referida como 'Cardiopatia Grave' pode, a depender do tratamento médico realizado, não mais preencher os critérios para que seja assim classificada". Ou seja: se o paciente seguir à risca todas as recomendações e o tratamento da doença cardíaca, pode reverter seu quadro.
Os médicos da Câmara, no entanto, recomendaram apenas mais 90 dias de licença médica para Genoino, sem dar respaldo para que ele pudesse se aposentar imediatamente e afirmando que sua doença não é grave. Outro resultado poderia ser a aprovação, pelo ministro Joaquim Barbosa, para que o petista pudesse cumprir prisão domiciliar de forma permanente.