Quantidade foi indicada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira; pesquisa da Reuters feita com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 110 mil vagas; saldo foi o melhor para março nos últimos três anos
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A geração de postos de trabalho formais em março teve leve
queda em relação ao mês anterior, saldo de 112,4 mil vagas, ante 123,4
mil vagas criadas em fevereiro. Os dados são do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (17). O saldo foi o
melhor para março nos últimos três anos.
O resultado é o cálculo da diferença entre mais de
1,8 milhão de trabalhadores admitidos e 1,7 milhão demitidos. Janeiro
foi o mês até agora com o pior desempenho, com a criação de 28,9 mil
postos - resultado mais baixo desde 2009, ano da crise financeira
internacional. De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel
Dias, a expectativa do governo é a de que o ano termine com a geração de
cerca de 1,7 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada.
O saldo verificado em março seguiu igual dinâmica do
mesmo mês em 2012, quando foram criados cerca de 111,7 mil postos de
trabalho. Para o ministro, o resultado do mês passado indica a
recuperação do mercado de trabalho, diante do fraco desempenho de
janeiro. "Em fevereiro houve crescimento, nesse mês [março] também.
Esperamos que estejamos em processo de recuperação e geração de
emprego", explicou Dias.
Segundo ele, ainda que o Banco Central decida aumentar a taxa básica
de juros, a medida não deverá ter impacto negativo sobre o mercado de
trabalho. "[O mercado] vai continuar aquecido por causa do movimento
econômico que se verifica no país. A economia não é só a indústria de
transformação, mas uma soma de resultados", disse.
A indústria de transformação foi o segundo setor com o melhor
desempenho, segundo dados do Caged - com mais de 25,7 mil postos criados
em março. O melhor desempenho ficou com o setor de serviços, com a
criação de 61,3 mil empregos - com destaque para as áreas de educação,
comércio, administração de imóveis, transportes, comunicação e serviços
médicos.
"Na minha opinião, serviços é o emprego do futuro. Isso se dá pela
ascensão da economia, pela melhoria de salários e pela maior circulação
de recursos no país. Mensalmente, são bilhões injetados na economia, o
que gera novos empregos. O crescimento se dá em uma cadeia", informou o
ministro.
A agricultura, por outro lado, teve o pior desempenho levantado pelo
Caged, com o fechamento de 4,4 mil postos, concentrados na Região
Nordeste. Outra área com desempenho negativo foi o de serviços
industriais de utilidade pública.
"A agricultura nesse mês [março] foi ruim, especialmente a indústria
sucroalcooleira. Os destaques negativos foram Pernambuco e Sergipe",
disse Dias, sobre o fechamento de 3,3 mil e 2,3 mil vagas nesses
estados, respectivamente.
De acordo com os dados do Caged, houve o acréscimo de 1,7% nos
salários de março em comparação aos rendimentos de fevereiro, de R$
1.061,71 para R$ 1.079,92.
Edição: Carolina Pimentel