28 março 2009

Filho de ministro de TCU foi intermediário de doações da Camargo Corrêa
Luiz Henrique Maia Bezerra, filho do ministro Valmir Campelo, do TCU, participou da repartição de dinheiro da empreiteira entre políticos. Campelo é responsável pela fiscalização de obras da empreiteiraRicardo AmaralLuiz Henrique Maia Bezerra, mencioado como intermediário de doações da Camargo Corrêa, é filho de Valmir Campelo Bezerra, ministro do TCU. O TCU é encarregado de fiscalizar contratos do governo federal com empreiteirasAs escutas telefônicas da Operação Castelo de Areia indicam mais que um suposto esquema de doações ilegais para partidos políticos. Elas também mostram as estreitas relações entre a empreiteira Camargo Corrêa – investigada por suspeita de evasão de divisas e lavagem de dinheiro –, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e pessoas com trânsito no Tribunal de Contas da União. Não é segredo para ninguém que Paulo Skaf quer disputar o governo de São Paulo em 2010 e tenta costurar uma base partidária forte. Um de seus contatos com o mundo político é o diretor de Relações Institucionais da Fiesp em Brasília, Luiz Henrique Maia Bezerra, mencionado nas interceptações telefônicas como intermediário de doações da Camargo Corrêa para campanhas políticas. Luiz Henrique é um dos três filhos do ex-senador Valmir Campelo Bezerra (DEM-DF). Campelo é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), encarregado de fiscalizar contratos do governo federal com grandes empreiteiras, como a Camargo Corrêa, e empresas filiadas à Fiesp. Outro intermediário mencionado nas conversas entre diretores da empreiteira é Guilherme Cunha Costa, ex-diretor da Fiesp e atualmente representante da Camargo Corrêa nos contatos com o Congresso, Ministérios e o próprio TCU. Antes de trocar a Fiesp pela empreiteira, Guilherme Cunha Costa ajudou o ex-deputado Augusto Nardes (PP-RS) a ganhar a indicação da Câmara para ministro do TCU, em 2005. Na época, o presidente da Câmara e padrinho de Nardes era o ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). No TCU, Nardes será responsável por relatar um processo em que auditores do tribunal apontaram um superfaturamento de R$ 184 milhões nas obras do Rodoanel, a maior obra viária do Estado de São Paulo. A Camargo Corrêa faz parte do consórcio responsável pela construção do Rodoanel e está encarregada de um trecho cujas obras teriam sido superfaturadas em quase R$ 40 milhões. Em resposta a reportagem de ÉPOCA, e empresa enviou uma nota em que afirma que entregou esclarecimentos aos questionamentos do TCU sobre a obra. "Trata-se de um procedimento comum, que inclusive foi solicitado aos outros lotes dessa obra rodoviária", diz o texto.
Matéria Completa,
::Aqui::